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Waldir Perez

  • Waldir Perez Arruda
Atuação
Goleiro(a)
Treinador(a)
Nascimento
02/01/1951
Garça, São Paulo, Brasil
Morte
23/07/2017
Mogi-Mirim, São Paulo, Brasil

Goleiro, foi campeão brasileiro uma vez (1977) e 4 vezes campeão paulista (1975, 1980, 1981 e 1988). Esteve em 3 Copas do Mundo (1974, 1978 e 1982).

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1970-1973 Ponte Preta Goleiro(a)
1973-1984 São Paulo Goleiro(a)
1974 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1974 Goleiro(a)
1978 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1978 Goleiro(a)
1982 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 Goleiro(a)
1984 America Goleiro(a)
1985-1986 Guarani Goleiro(a)
1986-1988 Corinthians Goleiro(a)
1988 Portuguesa Goleiro(a)
1988 Santa Cruz Goleiro(a)
1989 Ponte Preta Goleiro(a)
1990 Inter de Limeira Treinador(a)
1991 São Bento de Sorocaba Treinador(a)
1992 Inter de Limeira Treinador(a)
1993 União Mogi Treinador(a)
1994 Inter de Limeira Treinador(a)
1994 São Bento de Sorocaba Treinador(a)
1995 União Mogi Treinador(a)
1996 Nacional Treinador(a)
1997 Ferroviária de Araraquara Treinador(a)
1998 Nacional Treinador(a)
1998 Guarulhos Treinador(a)
1999 Itabaiana Treinador(a)
2000 Nacional Treinador(a)
2001 Paraguaçuense Treinador(a)
2002 Rio Branco de Paranaguá Treinador(a)
2003 Oeste Treinador(a)
2006 Uberlândia Treinador(a)
2007 Vitória Capixaba Treinador(a)
2008 Inter de Limeira Treinador(a)
2013 Grêmio Maringá Treinador(a)

Textos

Desde a infância, Waldir Peres Arruda sempre se inclinou para a posição de goleiro. Nascido em Garça, interior do Estado de São Paulo, Brasil, em 02/01/1951, Waldir começou a jogar futebol em Lácio, cidade próxima a Garça, para onde o pai, que trabalhava como ferroviário, foi transferido. Na época, Waldir tinha quatro anos de idade.

Alguns anos depois o pai de Waldir foi transferido de volta para Garça, levando toda a família, e lá Waldir continuou jogando como goleiro. Até que, por volta de 1965, entrou para um time de várzea da cidade, o Corinthinha, que disputava o campeonato municipal. Na campanha, a equipe foi derrotada na final do torneio, mas chamou atenção pela baixa média de idade dos jogadores e pelo fato de haver derrotado equipes de várzea tradicionais em Garça.

Ao mesmo tempo em que jogava, Waldir continuava estudando, fazendo o ginásio (equivalente ao Ensino Fundamental nos dias de hoje). Mas logo sua carreira profissional começou: com cerca de 15 anos ele foi inscrito para outro campeonato amador, organizado pela Federação Paulista de Futebol. Sem atividade amadora, o Garça, clube da cidade, era representado pelo Bangu nos times da categoria.

Assim, Waldir atuou pelo Bangu. Porém, logo após um jogo pela equipe amadora, devido à ausência de um dos goleiros do Garça, ele foi chamado às pressas para ficar no banco de reservas da equipe profissional. Pouco tempo depois, no final de 1967, o goleiro recebeu a proposta para assinar contrato com o Garça. O salário recebido livrou-o das cobranças do pai para arranjar um emprego.

Nos anos seguintes, como titular do Garça, Waldir viu o time subir até a divisão intermediária do Campeonato Paulista (equivalente à Segunda Divisão profissional, na época). Em 1970 já havia feito testes no Guarani e no Santos, porém, após um amistoso do Garça com a Ferroviária de Araraquara (SP), um olheiro da Ponte Preta interessou-se pelo jogador e o levou para o clube. Depois de um período de testes, Waldir foi contratado pela equipe, em julho de 1970.

Na equipe de Campinas, Waldir foi incluído no elenco ainda como goleiro reserva, e também seguiu com os estudos, chegando a fazer o segundo normal (na época, o equivalente ao Ensino Médio). No Campeonato Paulista de 1972 Waldir foi promovido a titular da Ponte Preta pelo técnico Cilinho (Otacílio Pires de Camargo), e suas atuações no torneio chamaram atenção do São Paulo.

Logo em 1973, após indicação do técnico argentino José Poy, que entrara em conflito com o goleiro Sérgio Vágner Valentin, Waldir Peres foi contratado pelo São Paulo. Não só chegou como titular da equipe, como já participou da campanha que levou o time ao vice‑campeonato brasileiro daquele ano, em final contra o Palmeiras.

Em 1974 Waldir foi pré-relacionado na lista de 40 jogadores que poderiam ser convocados para a Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo a ser disputada naquele ano. A princípio, Waldir não foi incluído na lista final de 22 jogadores. Mas a lesão de outro goleiro, Wendell, abriu espaço para que ele fosse chamado às pressas e estivesse em seu primeiro Mundial. No entanto, o goleiro não chegou a ser relacionado para nenhuma partida.

Em seu retorno ao São Paulo, Waldir converteu-se em ídolo da torcida, aos poucos. Principalmente na conquista do Campeonato Paulista de 1975: na final contra a Portuguesa, após vitória do adversário no tempo normal, anulando a vantagem que havia sido conquistada pelo São Paulo na partida de ida, o goleiro defendeu as três cobranças do time adversário na decisão por chutes da marca do pênalti, sagrando-se campeão.

A tática usada por Waldir para desconcertar os cobradores de pênalti da Portuguesa, conversando com eles e intimidando-os psicologicamente, tornou-o um goleiro popular. Ao mesmo tempo, o jogador era frequentemente convocado para a Seleção Brasileira, até 1977, quando Cláudio Coutinho substituiu Oswaldo Brandão no comando da Seleção e deixou de convocá-lo. Ao mesmo tempo, falhas no São Paulo o colocaram no banco de reservas.

Mas isso mudou em 1978. Com problemas no calendário, a decisão do Campeonato Brasileiro de 1977 foi somente realizada em março de 1978. Naquele momento, depois de revezar-se com Toinho, Waldir já recuperara a titularidade no São Paulo. E, na final do campeonato, contra o Atlético Mineiro, o goleiro novamente usou de sua habilidade em intimidar cobradores: defendeu três cobranças e sagrou-se campeão brasileiro. Para completar, foi incluído por Cláudio Coutinho na convocação final para a Copa do Mundo de 1978, indo a seu segundo Mundial, ainda como reserva.

Desde então, Waldir tornou-se titular absoluto no São Paulo. Conquistou dois Campeonatos Paulistas (1980 e 1981), além de estar na final do Campeonato Brasileiro de 1981. De quebra, começou a exercer papel sindical, como presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais do Estado de São Paulo.

Ainda em 1981 voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira, após o Mundialito. E bastou uma sequência de boas atuações em amistosos disputados na Europa, incluindo dois pênaltis defendidos em jogo contra a Alemanha, para garantir seu lugar na Copa de 1982, quando, enfim, disputou seu primeiro Mundial como titular. Todavia, uma falha cometida no gol sofrido na partida de estreia da Seleção Brasileira, contra a União Soviética, fez com que seu nome fosse debatido durante aquela Copa – e depois dela, quando retornou ao São Paulo. Depois de dois vice-campeonatos estaduais (1982 e 1983), Waldir deixou o São Paulo no início de 1984, com 670 partidas, sendo o atleta que mais vezes jogara pelo clube até então.

Desde então teve passagens por vários clubes. O primeiro deles, o América, do Rio de Janeiro em 1984. Em 1985 voltou a Campinas, para o Guarani, onde ficou um ano. Em 1986, chegou ao Corinthians, logo após a Copa do Mundo. No clube, voltou a ter boas atuações, sendo vice-campeão paulista em 1987.

Em 1988 Waldir seguiu a carreira na Portuguesa, de onde partiu para o Santa Cruz EC, no ano seguinte. Finalmente, em 1990, Waldir voltou para a Ponte Preta, onde encerrou a carreira. Passou a ser treinador, em várias equipes, até meados da década de 2000.

Faleceu em 23/07/2017, em Mogi Mirim (SP), vítma de um infarto fulminante.

Bibliografia

Depoimento de Waldir Peres ao Projeto “Futebol, memória e patrimônio”, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas

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