O Pelé nosso de cada dia

Poderíamos começar este texto descrevendo todos os Seus recordes, marcas, títulos, conquistas, lendas, causos, curiosidades, polêmicas, escândalos, sucessos, fracassos e os inúmeros golaços. Mas daqui para frente isso será o mais fácil de encontrar na internet e nas redes sociais.

O mais difícil será conseguir contar Sua história definitiva, ou mesmo equilibrada, sem o olhar de fã ardoroso que tudo perdoa ao ídolo, ou deixando de lado todos os ranços daqueles que O elegeram como um símbolo negativo de tantas mazelas que assolam, em especial, ao Brasil.

Talvez a melhor opção seja mesmo fazer um recorte muito particular, no nosso caso, reduzindo tempo e espaço ao período de existência do Museu do Futebol, inaugurado em 29 de setembro de 2008, vejam só, com a exposição “As Marcas do Rei”. Curiosamente ela não é considerada como a nossa primeira exposição temporária, uma vez que, na verdade, ela já estava rodando o país, por isso não contou com a curadoria deste museu.

Mas quem disse que o Rei se importa com esses detalhes. Como mostra foto abaixo, lá estava Ele simpático e atento ao seu redor.

Foto de Pelé vestido de terno escuro ao lado de uma grande foto dele mais jovem, em preto e branco, usando a camisa do Santos.
Acervo Museu do Futebol | Foto: Juan Guerra/Museu do Futebol.

Aliás, talvez essa seja a grande característica do Seu reinado. Sempre solícito, sempre cercado pelas pessoas, tendo sempre Seu nome gritado. Tudo por uma foto e um autógrafo. Não nos lembramos de imagens Dele, cercado por multidão raivosa, caprichando nos xingamentos e cobrando-Lhe este ou aquele comportamento. E olha que não faltam exemplos de gente que tem o dom de tirar as pessoas de casa, só para causar aglomeração com desaforos e insultos.

E durante Sua vista, Se viu em quase todas as salas, começando pela Grande Área, onde relembrou, ou, quem sabe, Se viu pela primeira vez, num selo, na capa de álbum de figurinhas, uma caricatura ou como boneco.

Três imagens de itens da Sala Grande Área: um cartão postal com foto de Pelé e o Maracanã ao fundo e um selo estampado com ele pulando em comemoração a um gol; pintura colorida de Pelé com a bola, usando a camisa da Seleção; Álbum esportivo Catarinense, com foto de Pelé na capa
Imagens presentes na Sala Grande Área. Acervo Museu do Futebol | Foto: Direitos reservados/Museu do Futebol.

Na sequência recebeu as boas vindas de Si mesmo, em português, inglês e espanhol. Se viu flutuando na Sala dos Anjos Barrocos ao lado de vários amigos, também campeões do mundo. Em Gols e Rádio ouviu Seu nome na voz de Édson Leite, Fiori Gigliotti e Waldir Amaral. Mas curiosamente descobriu que ninguém citou um de Seus 1.282 gols como favorito ou marcante. Mas não foi totalmente esquecido, virando coadjuvante de luxo nas memórias de Armando Nogueira e Marcelo Tas na Copa de 1970 e do corinthiano Juarez Soares, numa tarde de quebra de tabu em 1968…

Parte de cima da entrada do Museu do Futebol. Recepção do Pelé em uma tela digital dando boas vindas aos visitantes. Depois dele, pessoas caminhando em direção ao Museu.
Boas-vindas do Rei. Acervo Museu do Futebol.
Sala anjos barrocos, onde imagens de jogadores são projetadas em telas de acrílico e parecem flutuar. Pelé aparece fazendo a jogada bicicleta.
Sala dos Anjos Barrocos. Acervo Museu do Futebol | Foto: Rômulo Fialdini/Museu do Futebol.

Mas, se por acaso alguma vez Ele teve dúvidas da sua importância para a história do futebol, com certeza foi no segundo andar do Museu do Futebol onde elas acabaram. Na Sala das Copas do Mundo, Se viu nas imagens das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. Surpreendeu-se ao rever 38 anos depois uma das camisas número 10 usadas na final da Copa do México. E descobriu que divide espaço com Garrincha. Os únicos que tiveram o privilégio de batizarem uma sala.

Sala com vários televisores que contam a história das copas do mundo. É conhecida com a sala das copas.
Sala Copas do Mundo. Foto: Luciano Mattos Bogado/Museu do Futebol
Visor com imagens do Pelé como goleiro, batendo um lateral e a camisa usada por ele na final da copa do mundo de 1970 ao fundo.
Acervo do Museu do Futebol. Foto: Ciete Silvério/Museu do Futebol

Continuando a caminhada, passou pela passarela de madeira e entrou na Números & Curiosidades, onde viu a placa que registra Seu recorde de gols. Por fim chegou à Sala Dança do Futebol onde viu alguns daqueles 1.282 gols no Canal 100.

Depois de tanto Se ver, não é de se estranhar que Ele não tenha voltado com frequência ao Museu do Futebol. Aliás só voltou em 2012, para rever o amigo Maurício de Sousa num evento no Auditório Armando Nogueira de relançamento do personagem Pelezinho.

Pelé sentado no palco do auditório do Museu do Futebol. Ao fundo o telão projeta uma imagem do personagem Pelezinho, de Maurício de Souza.
Mauricio de Sousa e Pelé, no Auditório Armando Nogueira, Museu do Futebol, 27 jun. 2012 | Acervo pessoal | Foto: Ademir Takara.

Após essas suas passagens o relacionamento com o Museu do Futebol deixou de ser presencial e passou para o campo museológico. Em 2014 foi inaugurado o Museu Pelé, no Valongo, em Santos com a exposição dos objetos da coleção pessoal do Rei, muitos dos quais estiveram na exposição “Marcas do Rei”. E em dezembro daquele ano o CRFB junto com a Rede Memória do Esporte fez uma visita técnica.

Foto mostra o ambiente do Museu Pelé, em Santos. Um espaço amplo com várias vitrines de objetos
O curador do Museu Pelé, Odir Cunha (à esquerda, de camisa azul) fala aos integrantes da Rede Memória do esporte, 14 dez. 2014 | Acervo pessoal | Foto: Ademir Takara.
Foto do vão central do Museu Pelé, mostrando vários andares ao mesmo tempo, mostrando as colunas de cada andar decoradas com o ano de copas de que Pelé participou
Detalhe da exposição temporária 4 Copas e 1 Rei, 14 dez. 2014 | Acervo pessoal | Foto: Ademir Takara.

Entre janeiro e abril de 2016, o Museu Pelé recebeu a exposição itinerante “Museu do Futebol na Área”, que reproduziu as Salas das Origens, Números e Curiosidades, Gols, Rádios e Copas, mas com destaque para a história do futebol santista e, é claro, para o eterno camisa 10 do Santos F.C. Aliás, para esta exposição o CRFB conseguiu uma camisa histórica usada por Ele, no jogo decisivo do Campeonato Paulista de 1969.

Duas imagens mostram uma vista da exposição, com destaque para a vitrine "O futebol em Santos", e na outra o detalhe de uma camisa 10 do Santos, listrada de preto e branco
Camisa Acervo Família Bechelli | Foto: Direitos reservados/Museu do Futebol.

Em 2018 foi a vez das mulheres ocuparem espaço no Museu Pelé, com a exposição “Visibilidade para o Futebol Feminino”, originalmente criada no ano de 2015 pelo Museu do Futebol e que tornou-se itinerante a partir de 2016, sendo composta por 11 painéis e três vídeos, que contaram a história apagada das origens do futebol das mulheres brasileiras.

Em novembro de 2019, por ocasião dos 50 anos do Milésimo Gol, o Museu do Futebol abriu a instalação “Pelé 1.000 Gols”, na qual exibiu as charges de J.C. Lobo (1934–2016) que retratou toda a carreira do Rei do Futebol, e um documentário mostrando a expectativa em torno da marca através de manchetes de jornais. Também foi exibida na Sala Jogo de Corpo a série “Memórias do Milésimo, produção do canal ESPN.

Convite eletrônico da instalação Pelé Mil Gols, com desenho de JC Lobo, em que ele chuta uma bola com a camisa do Santos, sobre fundo amarelo.
Acervo Museu do Futebol

Por fim, em 2020, após quase sete meses fechado por causa da pandemia do covid19, o Museu do Futebol reabriu as portas com a exposição temporária “Pelé 80 — O Rei do Futebol”, uma homenagem ao Rei do Futebol e uma experiência lúdica. rememorando sua vida cheia de desafios e conquistas, ao mesmo tempo em que apresentou Sua história às novas gerações. Das oito instalações destaque para às 444 imagens exibidas e a instalação “O Brasil Ama o Rei Pelé”, na qual 35 fãs tiveram a oportunidade de falar sobre El

Escultura do Pelé com uniforme da seleção na exposição do Museu do Futebol
Acervo Museu do Futebol | Foto: Ciete Silvério/Museu do Futebol
Em uma placa redonda está escrito "Kevinho e o Rei". Na tela de TV ao lado, aparece a imagem de Pelé colocando uma coroa, que tem uma bola em seu topo.
Acervo Museu do Futebol | Foto: Ciete Silvério /Museu do Futebol
Em primeiro plano aparece uma placa redonda com a frase "Pelé e o Pacaembu e Túnel de acesso ao campo". No fundo, um grande desenho de Pelé com um braço aberto convida o público a descer as escadas até o túnel.
Acervo Museu do Futebol | Foto: Ciete Silveira/Museu do Futebol
Pessoas sentadas num banco em uma sala escura assistem a um filme numa tela. Não vemos a tela, mas o reflexo do filme no vidro escuro atrás das pessoas. O filme mostra Pelé adolescente em uma foto preto e branca.
Acervo Museu do Futebol | Foto: Ciete Silveira/Museu do Futebol

Mas o grande sucesso foi mesmo uma escultura Dele, no estilo minicraque, feita pelo curador Gringo Cardia, exposta logo na entrada da exposição. Ela recebeu duas intervenções que geraram grande repercussão, a primeira quando foi colocada uma braçadeira preta, logo após o falecimento de Diego Maradona. A segunda quando ela recebeu uma máscara para ajudar a conscientizar os visitantes sobre a importância do uso para combater a contaminação do covid na época.

Depois do fim da exposição a escultura foi doada ao Museu Pelé. Nada mais justo.

Foram poucas vezes, mas por cada uma delas, nosso muito obrigado, Pelé!

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Ademir Takara
Bibliotecário do Museu do Futebol desde 2011 e Pelezista desde e para sempre.

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